FATOR DE POTÊNCIA

Muito se fala em eficiência energética, taxa de retorno sobre o investimento proposto em melhorias do processo produtivo e redução de desperdícios e no entanto o assunto fator de potência em muitos casos só vem à tona quando surgem multas na fatura de energia ou ocorrem falhas em capacitores.

É importante lembrar que como o próprio nome diz, trata-se de uma relação entre a potências, um fator. A que produz efetivamente trabalho (P [kW]) e a potência que aparenta (S [kVA]) produzir, mas a qual na verdade parte dela é aplicada para criar campos magnéticos (Q [kVAr]) em motores elétricos, transformadores e reatores em geral.

E como compensar um fator de potência ruim para minha empresa?

A chamada correção do fator de potência, consiste basicamente em instalar bancos de capacitores sejam eles de controle automático ou fixos em pontos estratégicos do sistema elétrica buscando suprir pelo menos parte da energia reativa não da rede elétrica, mas de células capacitivas.

A escolha dos pontos de instalação destas células deve levar em consideração muito mais do que apenas as multas nas faturas de energia elétrica. Mas a disponibilidade do sistema elétrico.

Quais as vantagens em manter um fator de potência adequado para minha instalação?

Ter um sistema elétrico com fator de potência adequado e com correção distribuída pode fazer toda a diferença em situações onde se faz necessário ampliar a produção fabril instalando novas máquinas.

A disponibilidade de capacidade permitirá utilizar o sistema elétrico existente até um limite seguro sem a necessidade de trocar cabos, ou até mesmo adquirir novos transformadores e toda a infraestrutura envolvida.

Em outras palavras podemos dizer que a correção adequada trará os seguintes benefícios:

  • Diminuição da potência aparente das cargas, que se traduz em aumento da disponibilidade dos transformadores;
  • Redução da corrente elétrica fluindo pelos condutores, isso significa menos perdas joules no sistema elétrico e recuperação da capacidade instalada (elevação da ampacidade);
  • Redução da queda de tensão nos alimentadores, melhorando a tensão eficaz nas cargas e em muitos casos recuperando a eficiência de placa do equipamento;
  • E como não podemos deixar de comentar, evita o pagamento de multas por baixo fator de potência (<0,92ind.) para concessionária de energia;

 

É necessário algum cuidado para a correção do fator de potência?

Sim é necessário, e na verdade não apenas um, mas vários. Capacitores de potência com tensão de até 1000V seguem a norma NBR IEC 60831-1/2. Nela são apresentadas as características técnicas e ensaios aos quais os capacitores são submetidos para garantir segurança e confiabilidade no seu uso, bem como requisitos mínimos da aplicação.

Dentre os principais podemos destacar:

  • A escolha dos locais de instalação, levando em conta a representatividade das cargas e suas demandas por energia reativa para definir a melhor estratégia de correção entre individual, por grupos de carga e/ou geral. Em muitos casos embora a correção geral requeira menos investimento por outro lado pode ser pouco eficaz sob aspectos de liberação de capacidade do sistema elétrico e queda de tensão.
  • A qualidade de energia impacta diretamente sobre a vida útil dos capacitores. Fatores como subtensão, sobretensão e distorções harmônicas são as principais causas de falhas em capacitores. Tendo em vista que estes componentes foram construídos para mais de 100.000 horas de uso com até 5.000 ciclos por ano, capacitores que falham com menos de 10 anos de uso podem estar sofrendo com os efeitos da má qualidade de energia;
  • O projeto do banco de capacitores também tem peso relevante especialmente sobre a vida útil dos capacitores e até mesmo a segurança das instalaçõesem critérios como:
    • A capacidade de dissipação de calor, tendo em vista que a célula é construída para operar com temperatura média continuamente de até 40C;
    • O número de estágios e capacidade de cada estágio tem reflexo direto sobre o número de manobras aos quais os capacitores serão submetidos conforme a demanda típica das cargas:
      • Pouco estágios reduzem o custo do projeto, porém aumentam o número de manobras e consequentemente a vida útil das células;
      • Estágios com elevado kVAr poduzem elevados picos de tensão (transientes) durante as comutações podendo afetar a qualidade de energia do barramento e danificar os próprios capacitores como também equipamentos eletrônicos alimentados pela barra.
    • O dimensionamento das proteções elétricas tendo em vista o nível de curto-circuito do ponto onde está instalado o painel tem fundamental importância. Uma proteção mal dimensionada além de não proteger os componentes do painel, pode inclusive provocar incêndios em situações de altos níveis de curto circuitos e/ou tempos elevados de atuação (especialmente se os capacitores não forem do tipo isento de óleo);
    • A configuração do controle do banco automático sob aspecto de tempo de respostas muito curtos e rotação no uso das células (ambos os casos em especialmente em bancos com poucos estágios) pode provocar a redução a vida útil das células;

Por que contratar a ABtek para elaboração do projeto de correção do fator de potência da fábrica ao invés de comprar o banco diretamente de um montador de painéis elétricos?